A corrida política para as eleições de 2026 já começou, e ACM Neto (União Brasil), ex-prefeito de Salvador e apontado como pré-candidato ao governo da Bahia, vem enfrentando dificuldades para montar sua chapa majoritária, a ser composta pelo candidato a vice-governador e por dois fortes nomes para o Senado. A falta de opções para esses cargos se deve, em parte, às articulações políticas do secretário estadual de Relações Institucionais (Serin), Adolpho Loyola (PT), que busca atrair prefeitos da oposição, tornando o cenário mais desafiador do que em 2022. Naquela eleição, ACM Neto era considerado o franco favorito por seu grupo, mas acabou derrotado por Jerônimo Rodrigues (PT).
Diversos nomes estão sendo cogitados. O primeiro deles, para o cargo de vice-governador, é o do prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (União Brasil), eleito para o cargo pela quinta vez. Além de sua trajetória como prefeito, ele já foi vereador, deputado estadual e deputado federal. Em 2018, renunciou ao mandato para concorrer ao governo da Bahia, mas não obteve êxito. Fontes ligadas ao prefeito afirmam que ele não pretende repetir a experiência de 2018 e que, para aceitar a candidatura a vice, precisaria receber uma contrapartida política significativa.
Outro nome desejado, tanto para a vice-governadoria quanto para o Senado, é o do prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), eleito com 91,97% dos votos válidos na última eleição, totalizando 85.219 votos. No entanto, sua adesão à chapa é vista como improvável. Apesar de algumas sinalizações públicas, ACM Neto não mantém contato com ele desde as últimas eleições. Além disso, Zé Cocá tem se aproximado do governador Jerônimo Rodrigues, o que pode resultar em uma forte aliança futura.
A prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (União Brasil), também é um dos nomes cogitados para disputar uma das vagas ao Senado. Reeleita com 58,83% dos votos válidos, ela enfrenta um processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), movido por opositores que tentam invalidar sua candidatura. O nome de Sheila Lemos é visto com bons olhos pelo grupo de ACM Neto, pois, além de sua relevância política, representaria uma estratégia para fortalecer a participação feminina na chapa.
O próprio ACM Neto reforçou a possibilidade de Sheila Lemos ocupar um cargo majoritário na chapa de 2026: “Eu não tenho dúvida de que sim [ela tem chance]. Pelas qualidades dela, pela liderança que construiu, pelo peso político de Vitória da Conquista e por representar a força e a competência da mulher na política. No entanto, é preciso ter cautela, pois existe a expectativa de que ela governe a cidade até o fim do mandato”, afirmou ACM Neto.
Até o momento, o nome mais acessível para compor a chapa, segundo aliados, é o do ex-prefeito de Itapetinga, Rodrigo Hagge (MDB), no entanto, para viabilizar sua candidatura, ele teria que deixar o atual partido. Apesar do interesse de ACM Neto, Rodrigo Hagge não tem demonstrado disposição para integrar a chapa majoritária. A escolha dos nomes é uma preocupação central do grupo de ACM Neto, que busca evitar os erros da eleição de 2022, quando a indicação da empresária Ana Coelho (Republicanos) para a vice-governadoria foi amplamente criticada. A estratégia da época foi apontada como um dos principais equívocos da campanha, uma vez que Ana Coelho não possuía grande relevância política.
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